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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
The Walking Dead -3
[AVISO DE SPOILERS! Se você ainda não viu o 3° episódio da série, recomendamos que não leia este post, ou o faça por sua própria conta e risco]
Ontem, alguns pensamentos intrigantes me vieram à mente após ter visto o episódio 03 de “The Walking Dead”.
Já dissemos que a série é muito mais do que “um seriado de zumbis”, pois estes servem apenas de pano de fundo para uma discussão muito maior sobre valores e acima de qualquer outra coisa, sobre vida.
O terceiro episódio da série merecia, ao invés de um único post comentando-o, um blog inteiro! Poderíamos falar de preconceitos, família, reencontros, raiva, medo e tantas outras coisas. Mas o que realmente chamou a minha atenção não foi nenhuma destas coisas.
Em “Tell It to the Frogs”, episódio exibido ontem na Fox Brasil (e domingo na AMC), o que me impressionou foi a profundidade com a qual está sendo tratado cada um dos personagens. Rick Grimes é o tipo de personagem que ganha, a cada episódio, a empatia do público sem precisar se esforçar muito. A atuação de Andrew Lincoln na cena onde Rick reencontra a sua família é sóbria e inteligente, sem exageros, na medida. Shane, o outro policial, é agora o estereótipo da aflição! E com a mesma profundidade, conhecemos todos os outros personagens. O que costumo criticar nas novelas brasileiras é, de modo geral, isso: um filme de duas horas consegue nos apresentar melhor um determinado personagem do que uma novela que demora 9 meses pra acabar.
E é exatamente esta profundidade dada ao protagonista que me deixou estupefato diante da indagação que fiz a mim mesmo (e feita também por Shane): por que voltar à Atlanta por causa de alguém tão mesquinho e preconceituoso como Merle?
A resposta de Rick me fez pensar por horas: não é apenas por ele, existem outros motivos, dentre os quais o principal é a lealdade à dupla que o salvou no primeiro episódio da temporada – pai e filho que o resgataram, deram-lhe de comer e onde dormir por alguns dias.
Lealdade e gratidão! Palavras que tanto dizemos em nossas igrejas, mas que insistimos em ignorar-lhe sentido e prática! Somos leais ao nosso emprego, ao dinheiro que ganhamos, mas não conseguimos ser leais aos princípios da fé que declaramos ter. Dizemos que “Deus é amor” e que “Jesus morreu por TODOS”, mas com certeza não voltaríamos à Atlanta para buscar um racista psicopata… O preconceito e a ingratidão também faz parte de nossa natureza.
“The Walking Dead” em seu terceiro episódio conseguiu me mostrar quão valiosa pode ser uma vida, por mais que digam que esta não vale o sacrifício… e se Jesus pensasse como Shane? Se alguém tentasse o persuadir, como fizeram a Rick Grimes, tentando convencê-lo de que não temos solução, somos “caso perdido”? Dou graças pela Graça, que me resgatou das correntes que me amarravam a um mundo morto e sem esperanças… essa analogia, aliás, seria perfeita, se não fosse aquele final.
Onde estará o homem que começou o episódio confuso, sem saber se implorava socorro a Deus, ou se gabava de nunca tê-lo feito antes? Essa pergunta deve ser respondida nos próximos episódios, mas ainda resta uma dúvida além da tela…
Será que realmente vale a pena arriscar a vida por quem jamais arriscaria a sua por nós? Essa é difícil.
by GG
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